carboxiterapia antes e depois

Guia Completo sobre Carboxiterapia

As indicações estéticas mais comuns para o tratamento com carboxiterapia são para celulite, redução de gordura localizada, estrias, cicatrizes de acne, flacidez da pele e redução de rugas, até a diminuição de olheiras, e calvície.

Diferente de outros gases, este é um gás atóxico e não embólico, ou seja, não deixa resíduos no organismo, e está naturalmente presente nosso corpo, ajudando nos processos relativos ao metabolismo celular.

Esta é uma explicação simples, mas não envolve o assunto todo.

Em todo o mundo, a carboxiterapia, ou terapia carbox, é alvo de muita controvérsia.

Vamos abordar detalhadamente cada ponto desta questão.

A origem da Carboxiterapia, e seu uso em outras áreas da medicina.

A aplicação de carbox, ou gás carbônico para efeitos estéticos é recente, mas sua aplicação na medicina teve início em 1930, na estação de águas termais de Royat-Chamalières, na região de Avergne, França.

O uso inicial era para tratar pacientes com problemas circulatórios nas pernas, as chamadas doenças vasculares periféricas, e na ocasião, não era injetado sob a pele como é feito atualmente.

O anidro carbônico (gás carbônico ou CO2) usado para este fim era administrado por meio de banhos – o paciente fazia a imersão da área afetada na água, e isto ajudava a normalizar a circulação sanguínea.

O cardiologista Dr. Jean Baptiste Romuef publicou um artigo que documentava a sua longa experiência usando esta técnica, mostrando excelentes resultados.

Carboxiterapia aplicada sob a pele

O uso da aplicação subcutânea (dentro da pele) do dióxido de carbono misturado com oxigênio foi publicada em meados de 1960, sendo oficialmente o início do uso do que conhecemos hoje como a carboxiterapia, mas ainda não voltado para a estética.

Até aquele momento, o uso era exclusivamente para tratar doenças com atribuições relativas a circulação sanguínea comprometida, como arteriopatia crônica e gangrena, porque o uso de CO2 injetável (gás carbônico) havia se mostrado muito útil para a melhora da circulação periférica nos pacientes.

A aplicação da carboxiterapia também é feita nas cirurgias de videolaparoscopia, para a insuflação da cavidade abdominal, onde o gás atua aumentando o abdômen e permitindo ao médico “ver como está lá dentro”.

E é usada também nas histeroscopias e como contraste em arteriografias e ventriculopatias.

Como a carboxiterapia age no corpo?

O CO2 está presente naturalmente em nosso corpo, como resultado de nosso próprio metabolismo dentro das células.
Em outras palavras, as células estão constantemente consumindo O2 (oxigênio), que chega até elas por meio da respiração, e produzindo o CO2, que é então levado de volta aos pulmões para sair quando exalamos o ar.

Percebe? Respiramos oxigênio e exalamos gás carbônico. Isso é uma ação natural do nosso organismo.

É uma troca. Assim, quando há mais CO2 do que oxigênio, o corpo trabalha para equilibrar, e aumenta a circulação sanguínea, para que mais oxigênio – por meio do sangue (via hemoglobina) chegue até as células.

O princípio de ação da carboxiterapia é este. Por meio de uma agulha, é feito a aplicação do anidro-carbônico sob a pele, nas regiões onde se deseja aumentar o fluxo sanguíneo, e assim, renovar a pele.

carboxiterapia antes e depois barriga
Carboxiterapia antes e depois barriga

A medida que o corpo envelhece, algumas áreas tendem a ser menos oxigenadas, não há um prejuízo real, apenas estético, na maioria dos casos, mas que pode ser alterado com o estimulo provocado pela ação de desequilíbrio que a injeção de CO2 proporciona.

Durante a sessão de carboxiterapia a área tratada recebe uma dose extra de gás, que o corpo reequilibra mandando mais oxigênio. É isto que causa o efeito rejuvenescedor das células, e melhora o aspecto da pele.

O uso da terapia carbox na estética e o reconhecimento na Europa.

O uso do anidro-carbônico é considerado válido como parte da medicina estética pela Sociedade Espanhola de Medicina Estética, que define a carboxiterapia entre as atividades exercidas. E, em países como a França e a Itália, o uso também é reconhecido por suas aplicações terapêuticas. Na Itália, inclusive, foi fabricado um aparelho com a função especifica de injetar sob doses bem controladas o CO2 nas áreas que passarão por tratamento.

A técnica desenvolvida pelos italianos é a mais utilizada no mundo, envolvendo ainda o aquecimento do gás antes da aplicação.

A Inglaterra e a Irlanda utilizam há bastante tempo a carboxiterapia também, é de lá um dos médicos mais renomados na área, e o premiado dr Patrick J Treacy, defende e afirma que a “carboxiterapia é a única forma de tratar as estrias de mulheres com a pele mais escura…de forma eficaz e pouco invasiva”, ele diz ainda que há uma regeneração da área que se torna mais firme com as aplicações.

Qual o profissional está autorizado a aplicar a carboxiterapia?

Nos Estados Unidos, apenas os médicos cirurgiões plásticos estão autorizados a executar este procedimento.

Na Europa os médicos formados em medicina estética podem realizar, e a partir de novembro de 2015, ficou entendido que no Brasil, os farmacêuticos além dos fisioterapeutas e médicos, poderiam realizar o procedimento.

O fato de haverem profissionais qualificados autorizados, não descarta a possibilidade de que clinicas que oferecem o tratamento o realizem sem o aval ou mesmo a permissão dos órgãos que regulamentam a carboxiterapia, ou seja, mesmo sem ter um profissional médico, fisioterapeuta ou farmacêutico, ainda há clinicas realizando.

Cabe exclusivamente ao paciente verificar se a clínica em questão tem ou não o suporte para o tratamento.

Proibição de comerciais que atestam a eficácia, nos EUA e no Brasil

Nem tudo o que passa nos comerciais corresponde à verdade, por isto mesmo, a Anvisa, aqui no Brasil e a  FDA (Food and Drug Administration), nos EUA, resolveram tomar medidas mais severas e até punitivas para diminuir a publicidade em que  as empresas, fabricantes e sites de tratamentos para a celulite, afirmam ter possuem uma solução para o problema.

Basicamente, foi feito uma proibição, em que os médicos não podem aparecer confirmando os benefícios do tratamento com os produtos ou equipamentos para a carboxiterapia.

Os médicos podem falar em revistas e publicamente, sobre o tratamento, mas sem citar nomes como propaganda.

A ideia é que os consumidores fiquem cientes de que não há tratamentos bem documentados como eficazes para a celulite.

Os EUA ainda dizem não à regulamentação da carboxiterapia

A Physicians Coalition for Injectable Safety afirma categoricamente que o FDA não aprovou a carboxiterapia, e faz um alerta aos consumidores:

“Embora muitos sites ou fornecedores afirmarem que a Carboxiterapia é segura e aprovado pela FDA, ela ainda não foi clinicamente testada ou aprovada pela FDA para estes fins”, diz o dr Robert Weiss – se referindo aos “fins estéticos”.

Segundo ele, a “carboxiterapia para uso em torno dos olhos é especialmente perigosa. Podendo potencialmente libertar bolhas de gás em vasos sanguíneos, o que pode causar cegueira. Além disso, os riscos de colocar o dióxido de carbono em seu corpo são atualmente desconhecidos.”

Carboxiterapia Funciona realmente para reduzir a celulite ou diminuir as medidas?

Há estudos que indicam que funciona sim, um deles foi feito durante quatro anos, com os pacientes de uma clínica, que foram acompanhados de perto por uma equipe de pesquisa.

Neste estudo eles avaliaram se houve diminuição das medidas e constataram que nas mulheres acima de 29 anos os benefícios quanto a celulite era mais visível.

Para o estudo foram selecionadas pacientes que não estivessem fazendo nenhum outro tratamento para perder peso, nem dieta.

Durante o período em que o estudo foi feito, o peso, as medidas abdominais, e da circunferência da coxa foram registradas no início e após cada sessão de tratamento.

O grupo de mulheres mais jovens (idade entre 20-29 anos) tiveram poucos resultados, isto porque como a celulite é pouco visível nesta idade, não houve uma melhora que pudesse ser notada.

Nas mulheres com idade superior a 39 anos, eles puderam ver uma redução de até 3 cm na circunferência do abdômen. Nas coxas, cerca de 1,5 cm de redução e em relação ao peso, as participantes relataram uma redução de até 1 quilo após as 5 sessões do tratamento. Não foi um quilo por sessão, mas sim, um quilo no total.

O estudo mostrou que 70 % das mulheres (com idades entre 29 anos a 50anos) tiveram resultados mensuráveis e satisfatórios quando usaram o tratamento para a diminuição da celulite e redução das estrias, bem como para diminuição abdominal.

Quando foi feita uma medição via ultrassom, da gordura que estava sob a pele, eles também perceberam uma grande diferença, havia diminuído consideravelmente.

Carboxiterapia e Lipoaspiração

Foi publicado em 2005 um estudo bem detalhado sobre os efeitos da carboxiterapia quando usada como um tratamento aliado da lipoaspiração.

O Dr. Cesare Brandi, tratou um grupo de mulheres por 10 sessões, e conseguiu afirmar que a pele se tornou bem mais lisa após o tratamento, e as medidas ainda foram mais reduzidas, em uma média de 0,05 cm.

Há uma confusão comum, em que os pacientes são levados a acreditar que a carboxiterapia é necessária após passar por uma lipoaspiração. Isto não é verdade. O que ocorre é que seus efeitos podem ser ‘potencializados’ quando combinados.

Contraindicações – quem não pode passar por tratamento estético com CO2?

A Dr Catherine de Goursac, renomada médica na área de tratamentos estéticos, informa que há sim, contraindicações para o tratamento carbox.

Segundo ela, a “carboxiterapia torna a pele mais elástica, e pode ser usado para melhorar a microcirculação e para diminuir flacidez da pele. O Dióxido de carbono gasoso pode intensificar a microcirculação e por isso melhora a oxigenação das células. As células da pele começam a funcionar de forma mais eficaz”.

No entanto, pacientes com histórico de infarto do miocárdio, hipertensão, flebite, gravidez e doenças infecciosas da pele nas áreas afetadas, não devem realizar o procedimento.

Quais as outras aplicações estéticas associadas ao uso de CO2?

Além do uso já conhecido, a Dra. Catherine de Goursac, diz que o CO2 pode ser aplicado em um nível ainda mais profundo, e além de destruir as células de gordura que formam a celulite, poderiam ser usadas em outras partes do corpo.

“À área clássica para carboxiterapia é a superfície dos quadris, mas também podemos usar na no pescoço, tórax, e também para ajudar a corrigir o formato do rosto (nesta área o resultado é mais visível). Para algumas pessoas o CO2 afeta não só a pele, mas também os músculos. ”

Ela informa que “também obteve resultados interessantes na limpeza de manchas de pigmentação” após uma sessão de carboxiterapia.

Como é feita a aplicação do CO2 , quais os efeitos colaterais, e principalmente, é doloroso?

O artigo “Carboxiterapia – Novos Métodos Não Invasivos De Medicina Estética” publicado na revista Journal of Physicians, fala da aplicação e dos efeitos imediatos sentidos por pacientes usando o aparelho Carbomed automático de Terapia de Dióxido de Carbono (Carbossiterapia Italiana Srl, Via Zanella, MI, Itália) e agulhas de micro lance calibre 30, 0,3 × 13.

A profundidade em que a agulha entra na pele é de 10 a 13 mm. 

A função do aparelho é medir a dosagem em mililitros, auxiliando também na regulagem da vazão.

Normalmente a infusão é administrada a uma velocidade de 50 a 100 ml / min, e a quantidade total de CO2 infundido é de 500 a 1000 ml para o abdômen e de 800 a 1000 ml para cada coxa ao longo de um 20 a 30 min período.

As dosagens e o tempo costumam variar de acordo com a parte física a ser tratada.

Não é necessário anestesiar o local, mas cremes anestésicos podem ser passados para diminuir o desconforto causado pela perfuração.

O procedimento não é considerado “doloroso” pelos médicos, e sim, “desconfortável” e os pacientes relatam a sensação de formigamento durante a aplicação.

A temperatura do gás tem uma relação direta com o que o paciente sente, porque quando o gás é aplicado frio, há um aumento da dor, enquanto a dor diminui conforme a temperatura sobe.

Cada sessão de carboxiterapia pode causar uma leve vasodilatação. Em alguns casos, aparecem erupções cutâneas, a área ao redor da “picada” pode ficar arroxeada, e pode haver um leve hematoma no local da aplicação, mas desaparece ao longo das horas seguintes.

Qual o efeito esperado em cada parte onde a carboxiterapia é atualmente aplicada?

Além dos efeitos já falados sobre o uso como terapia vascular e em casos raros (ainda mais experimentais) nos lábios e nas linhas ao redor do rosto, os usos mais comuns são estes a seguir:
•    Olhos: a aplicação ao redor dos olhos é usada para minimizar rugas de expressão, e também diminuir a pigmentação que dá o efeito de olhar cansado, as conhecidas olheiras. É importante dizer que esta é a única parte do corpo em que vários especialistas concordam não ser recomendado usar, porque o gás carbônico pode “estourar bolhas e levar a cegueira”.
•    Couro cabeludo: esta aplicação tem o objetivo de ajudar a revitalização do couro cabeludo, e diminuir assim, a calvície.
•    Estrias: seu uso mais comum e mais antigo, quando aplicado diretamente nas linhas que formam as estrias, há uma melhora na aparência do local.
•    Gordura localizada: como auxiliar do tratamento pós-lipoaspiração, e também isoladamente para diminuir as medidas, foi comprovado funcionar, mesmo quando os pacientes não usavam outros tratamentos em conjunto.
•    Rugas ao redor da boca (bigode chinês): é o caso similar ao das estrias, e das rugas ao redor dos olhos, a aplicação tem o objetivo de diminuir os sulcos na pele, causados pela idade.
•    Celulite: imagens de antes e depois mostram uma melhora logo após a aplicação, em média, depois de 5 sessões. Como mencionado anteriormente, apenas nas mulheres, com idade superior a 29 anos, isto foi comprovado, por haver um maior índice de celulite, o que faz com que a “melhora” seja mais visível.


•    Barriga: é o mesmo caso tratado como gordura localizada.
•    Coxas: a aplicação para a redução da circunferência das coxas também foi comprovada.

Qual é a duração e a sua eficácia?

Os efeitos não são permanentes.

Mesmo em casos como olheiras, ou rugas ao redor dos olhos, uma nova aplicação deve ser feita.

Não há nenhum registro de uma região onde foi usada a carboxiterapia que não tenha necessitado ser ‘retocada” após algum tempo.

Quem usa para diminuir medidas, não entra neste caso, porque as medidas podem ser mantidas com regimes e mudanças de habito, mas quando o tratamento é para a tonificação ou clareamento da pele, foi constatado que o efeito passa em alguns meses.

A duração varia entre três e seis meses.

A necessidade de uma forma de retardar os efeitos do tempo, ou de melhorar a aparência fazem as pessoas buscarem a cada dia por novas soluções.

Cremes, cirurgias, os exercícios, as dietas. Nada disto caiu em desuso, mas como novas técnicas são descobertas e melhoradas a cada dia, é natural que haja uma tendência corrente do tratamento ideal ou dito como mais eficaz no momento.

Sempre busque um profissional qualificado quando o assunto é sua saúde.

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